Dos quintais ensolarados às estufas high-tech, cada método tem sua história. Conheça os diferentes jeitos de fazer a planta florescer e encontre o seu.
Quando falamos em cultivo de cannabis, muita gente ainda pensa na semente jogada num vaso e deixada no sol. Mas este universo é muito mais diverso do que parece. Existem vários jeitos de fazer a planta florescer, e cada um tem suas manhas, suas vantagens e, claro, suas exigências. Bora dar uma volta pelos principais tipos de cultivo e entender o que cada um tem de especial?
Outdoor
A força da natureza
O cultivo outdoor é o mais raiz, literalmente. A planta cresce direto no solo, sob o sol, com vento na cara e aquele cheirinho de terra molhada. É o jeito mais natural de cultivar e também o mais barato, já que dispensa luz artificial, exaustores, temporizadores e todo o aparato tecnológico. Por outro lado, é também o mais vulnerável: sol demais, chuva fora de hora, pragas e até a poluição da cidade podem atrapalhar. Esse modelo é muito usado em países com clima favorável e legislação tranquila, especialmente em grandes plantações voltadas pra produção em grande escala. Mas se você tem um quintal, uma chácara ou aquele terreno, pode ser uma experiência de conexão com a planta e com o planeta.
Indoor
O laboratório do cultivador
No cultivo indoor é você quem manda em tudo: luz, umidade, temperatura, ventilação, nutrientes… tudo sob controle. É o tipo de cultivo preferido por quem busca flores mais potentes, com padrão de qualidade mais previsível, principalmente quando o objetivo é medicinal, onde a concentração de canabinoides tem que ser precisa mesmo. Claro, não é um setup barato. Os custos com equipamentos e energia elétrica são consideráveis, e o aprendizado pode exigir umas boas madrugadas de pesquisa. Mas pra quem mora em apartamento, busca discrição ou quer produzir cannabis de alto padrão, o indoor é o caminho certo.
Greenhouse
Nem tão roots, nem tão tech
O cultivo em estufa (ou greenhouse, pros íntimos) é puro equilíbrio: aproveita o melhor do outdoor com um toque de tecnologia. As plantas crescem em estruturas cobertas (de vidro, plástico, etc), protegidas da chuva e das pragas, mas ainda recebendo luz natural. É uma solução mais sustentável que o indoor, com menos custo de energia, e mais segura que deixar tudo exposto ao tempo. Grandes produtores em lugares como Canadá, EUA e Israel têm apostado pesado nesse modelo e com bons motivos.
Hidropônico
Tecnologia líquida
Aqui a gente entra no mundo da ciência. No cultivo hidropônico, as raízes não tocam o solo: elas ficam mergulhadas em soluções nutritivas, cuidadosamente preparadas pra dar à planta tudo o que ela precisa e nada do que ela não precisa. É um sistema muito usado em cultivos indoor, justamente porque permite controle total sobre os nutrientes, acelera o crescimento e ainda economiza água. Mas não se engane: apesar dos resultados incríveis, é um método que exige conhecimento técnico e atenção redobrada. É tipo cultivar em modo hard, mas com recompensa premium.
Orgânico
Cultivo com consciência
Se sua vibe é mais natureza, mais saúde, mais sustentabilidade, o cultivo orgânico vai te ganhar. Nada de fertilizantes químicos ou produtos sintéticos: a ideia é deixar o solo vivo, trabalhar com compostagem, chás de plantas, microrganismos benéficos e tudo o que a natureza já oferece de bom. Dá pra fazer cultivo orgânico tanto indoor quanto outdoor, e cada vez mais o mercado, principalmente o medicinal e o de bem-estar, valoriza esse tipo de produção. É um cultivo mais lento, mais cuidadoso, mas que entrega uma flor rica, limpa e cheia de personalidade.
No fim das contas, o tipo de cultivo escolhido tem tudo a ver com a finalidade. No Brasil, o cultivo ainda é restrito, mas já avançamos nesse sentido. Cada vez mais conquistamos o direito de cultivar nossos próprios pés! A expectativa é que o com nosso clima abençoado e biodiversidade gigante, o país se torne um polo de cultivo medicinal e sustentável. Mas, enquanto isso não acontece em grande escala, cultivar segue sendo um ato de cuidado com a planta, com a saúde e com a liberdade. E entender como ela é cultivada é parte importante dessa história.