Entre o aroma da erva e a espuma do copo, a nova cultura está fermentando e misturando sabor .
A cena das cervejas artesanais ganhou um ingrediente novo nos últimos anos e quem curte esse mundo dessas “brejas” já percebeu que o mercado anda cada vez mais verde. De uns tempos pra cá, a cannabis entrou na roda e o resultado dessa mistura tem dado o que falar e o que beber. Mas calma, não é exatamente tomar uma IPA e ficar no modo fly. A real é que a maioria das “cervejas canábicas” nem chega perto de dar brisa. E essa é justamente a graça da história.
A brincadeira começou com as cervejas de cânhamo, aquele primo careta da maconha, praticamente sem THC. Uma das primeiras foi lançada por uma marca americana, feita com sementes de cânhamo. Nada de chapação, mas o aroma tão fiel que parece que alguém acendeu um ao lado do copo. O segredo está na química botânica: o cânhamo e o lúpulo são parentes próximos, e compartilham terpenos bem parecidos. Ou seja, o cheiro da erva pode aparecer num gole sem nenhuma fumaça rolando.
Aí entram as versões com CBD, essas sim têm pegada terapêutica: ajudam a relaxar, aliviar ansiedade e dar aquele sossego sem bagunçar a cabeça. Já as cervejas com THC, são outro papo. Essas existem em lugares onde a legalização já é real, e unem o melhor dos dois mundos: o ritual da cerveja artesanal e a onda da planta. Claro, tudo com dosagem controlada, pra ninguém sair viajando demais.
Mas enquanto essa experiência só acontece na gringa, em países legalizados, o que está dominando as torneiras artesanais ultimamente são as cervejas terpenadas. Pra quem ainda não colou nessa, os terpenos são os compostos aromáticos que dão cheiro e sabor às strains, como o toque cítrico da Lemon Haze ou o herbal da OG Kush. As cervejarias mais ousadas começaram a usar esses perfis aromáticos (extraídos de plantas legais) para recriar sensações e sabores inspirados na erva. E o resultado? São cervejas que falam o idioma da cannabis, sem psicoativos, mas cheias de presença, aroma e atitude.
No Brasil, a lei ainda segura a onda. As cervejas com THC ou CBD não podem ser vendidas, mas várias marcas nacionais já descobriram como brincar dentro das regras: usam terpenos naturais de frutas, flores e ervas para reproduzir o sabor canábico sem infringir nada.
No fim das contas, a cerveja canábica é um encontro perfeito entre dois mundos. Afinal, tem coisa melhor do que brindar e deixar a vibe fluir?